ATA DA OITAVA REUNIÃO ORDINÁRIA DA QUARTA COMISSÃO REPRESENTATIVA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 01.02.1996
Ao primeiro dia do mês de
fevereiro do ano de mil novecentos e noventa e seis reuniu-se, na Sala de
Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove
horas e quarenta e cinco minutos foi realizada a segunda chamada, sendo respondida
pelos Vereadores Antônio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clovis Ilgenfritz, Dilamar
Machado, Fernando Záchia, Guilherme Barbosa, Isaac Ainhorn, João Dib, João
Verle, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Mário Fraga, Reginaldo
Pujol. Titulares e Jocelin Azambuja Não-Titular. Constatada a existência de
“quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou que
fossem distribuídas em avulsos cópias da Ata da Sétima Reunião Ordinária que,
foi aprovada. À MESA foram encaminhados: pelo Ver. Reginaldo Pujol, 01 Pedido
de Informações nº 12/96 (Processo nº
193/96), 01 Indicação nº 05/96 (Processo nº 150/96) e 12 Pedidos de Providências.
Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 45, 50 e 51/96, do Senhor Prefeito
Municipal, 05/96, do Presidente da Comissão de Agricultura da Assembléia
Legislativa, 07/96, do Deputado Federal Adylson Motta, 30/96, do Deputado
Estadual José Pereira Alvarez, 110/96, do Senhor Edemar Tutikian, da Casa Civil
do Estado, s/nº do Presidente da Câmara Municipal de Imbé, Telegramas: do
Senhor Berfran Rosado, Secretário do Estado do Trabalho, Cidadania e
Assistência Social, da Senhora Emília Fernandes, do Senhor Odilon Abreu,
Procurador Geral de Justiça do Estado; Fax: do Senhor Darci Fereira, da
Secretaria de Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais; Cartões: do Senhor
Newton Burmeister, Secretário Municipal do Planejamento, do Senhor Carlos
Appel, Secretário da Cultura do Estado, dos Deputados Estaduais Erni Petry e
Marcos Peixoto, do Senhor Ricardo Russowsky, Presidente do Banrisul, do
Presidente da Câmara Municipal de Faxinal do Soturno. Na ocasião, o Senhor
Presidente apregoou Licença para Tratamento de Saúde do Vereador Airto
Ferronato do dia primeiro ao dia oito de fevereiro do corrente ano, determinado
a convocação da Vera. Clênia Maranhão como Titular da Comissão Representativa.
Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. João Dib teceu considerações sobre o encaminhamento
de Processos pelos Vereadores à Mesa no início da Sessão, falando, também,
sobre a situação dos táxis-lotações na Cidade. O Ver. Antônio Hohlfeldt,
reportando-se à Secretaria Municipal dos Transportes, discorreu sobre a
situação dos transporte de passageiros e do tráfego de veículos em nossa
Cidade. O Ver. Luiz Braz, reportou-se ao pronunciamento do Ver. João Dib e
teceu considerações sobre o corte de árvores que colocam em risco a vida e a
residência de moradores da Vila Jardim Ipê II. O Ver. Isaac Ainhorn, teceu
considerações sobre as carências do sistema de escoamento de águas da Cidade,
reportando-se aos danos causados pelas últimas chuvas. O Ver. Luiz Negrinho
comentou a necessidade de implantação de sanitários votantes públicos como
equipamentos necessários para manifestações culturais populares. O Ver. João
Verle reportou-se ao tema do Orçamento Participativo, discorrendo sobre seus
êxitos e benefícios trazidos para a democracia de nossa Cidade. O Ver.
Reginaldo Pujol, reportando-se ao pronunciamento do Ver. João Verle, expressou
sua discordância quanto às avaliações de Sua Excelência acerca do Orçamento Participativo.
A seguir, constatada a existência de “quorum”, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em
Discussão Geral e Votação, foi aprovada a Indicação nº 145/95. Em COMUNICAÇÕES,
o Ver. Antonio Hohlfeldt teceu considerações sobre a necessidade de um reestudo
para a implementação de uma nova data de vencimento das parcelas do Imposto
Predial e Territorial Urbano. O Ver. Clovis Ilgenfritz teceu considerações
sobre a situação dos agricultores sem terra em nosso Estado, falando, também,
sobre a implementação do “Banco Municipal” em Porto Alegre. O Ver. Dilamar
Machado denunciou práticas estelionatárias do Conselheiro Tutelar Alceu Rosa da
Silva à frente de uma cooperativa habitacional que vende terrenos não
demarcados, não identificados e nem localizados. Às onze horas e vinte minutos,
nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente declarou encerrados os
trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Reunião Ordinária da
próxima quarta-feira à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos
Vereadores Isaac Ainhorn e Reginaldo Pujol e secretariados pelos Vereadores
Reginaldo Pujol e Mário Fraga, este como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Reginaldo
Pujol, 2o Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que,
após distribuída em avulso e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor
Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): A Mesa informa que recebeu Requerimento assinado pelo Ver. Airto Ferronato, solicitando Licença para Tratamento de Saúde no período de 01 a 08 de fevereiro.
A Mesa declara
que a Vera. Clênia Maranhão integrará a Comissão Representativa em substituição
ao Ver. Airto Ferronato nesse período.
Concedemos
Questão de Ordem ao Ver. João Dib, conforme solicitação.
O SR. JOÃO DIB: Não é Questão de Ordem, eu quero dar uma
explicação.
O SR. PRESIDENTE: V. Exa. não está em tempo de Explicação
Pessoal. Se V. Exa. quiser uma Questão de Ordem ou um Requerimento, nós lhe
concederemos.
O SR. JOÃO DIB: Não, obrigado.
O SR. PRESIDENTE: Liderança com o PPB. O Ver. João Dib está
com a palavra.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
especialmente Sr. Presidente, não pretendo ser descortês com os meus
semelhantes. Quando solicitei uma Questão de Ordem, e, raciocinando melhor,
percebi que não era uma Questão de Ordem e sim uma colocação de ordem numa
questão, resolvi não faze-la mais. Por isso não fiz e quis explicar que não foi
uma desatenção. Gostaria de dizer à Mesa que não há necessidade de ler os
Pedidos de Providências até porque a própria Ata registra. Foram lidos: 8
Pedidos de Providências do Ver. Antonio Hohlfeldt; uma Indicação do Ver. Isaac
Ainhorn, dois Pedidos de Providências do Ver. Luiz Negrinho, 4 Pedidos de
Providências do Ver. Reginaldo Pujol. A taquigrafia não apanha, a Ata também
não, também não a imprensa; não há por que registrar. Então, para abreviar os
trabalhos seria suficiente anunciar, por exemplo: “Ver. Reginaldo Pujol, 18
Pedidos de Providências”. Não leva a
coisa alguma a Casa conhecer os tipos de Pedidos de Providências que foram
feitos.
Foi, então, uma
colaboração que eu gostaria de ter dado à Mesa. Senti, no entanto, que não se
tratava de uma Questão de Ordem, por isso a retirei e estou dando, em Comunicação
de Liderança, uma explicação pessoal.
Já que estou
aqui, vou aproveitar para falar num assunto que o Ver. Hohlfeldt levantou
ontem, e muito bem, coisa que ele vem fazendo há muito tempo: as lotações em
Porto Alegre são uma afronta para o trânsito, são uma afronta para aqueles que
dirigem. Ontem, o Ver. Hohlfeldt levantava muito bem as irregularidades encontradas
numa “blitz” realizada pelo DETRAN e pela SMT: microônibus sem documentação –
sobre isso, tubo bem – mas, microônibus com pneu dianteiro liso, isso é muito
sério. É sério, e a Secretaria Municipal dos Transportes é absolutamente
desatenta. Há três semanas mais ou menos, eu reclamava que, na contramão, na
Av. Plínio Brasil Milano, esquina Silva Jardim, dois microônibus passaram com
sinal fechado. Eu fiz a reclamação para o funcionário da SMT, do gabinete do
Secretário; nada aconteceu, até que domingo, agora, outra vez na contramão,
sinal fechado, 10h45min, a lotação passava sem que o motorista tivesse visão
nenhuma do cruzamento, ele não podia saber se quem vinha pela Mariland,
entraria à esquerda ou à direita, não sabia nada. Várias filas de automóveis
parados, e ele simplesmente na contramão passou por todos e imaginem se ele tem
um pneu liso, na contramão, e tem que frear, fura esse pneu liso, ele capota,
mata, fere, porque a Secretaria Municipal dos Transportes não fiscaliza, a
Secretaria Municipal dos Transportes é omissa, é irresponsável, porque mandou
um Projeto de Lei a esta Casa dizendo que estabeleceria as paradas de lotações
e o Secretário, perguntado por mim, disse que em janeiro o faria, quando
deveria ter menos movimento na Cidade. Pois não o fez. E as quatrocentas e três
lotações infernizam a vida desta Cidade, porque não são fiscalizadas, porque
não há responsabilidade e a “Zero Hora”, como trouxe ontem o Ver. Antônio
Hohlfeldt, demonstrou claramente numa página inteira, como outros jornais
também o fizeram, mas a “Zero Hora” com mais detalhes, que estão muito irregulares
estes veículos fazendo uma série de arbitrariedades. Ou se faz com que esses
serviços de lotação tenham paradas em determinadas avenidas da Cidade, ou se
termina com ele, porque não há razão de continuidade.
Vou encerrar,
Sr. Presidente, lembrando que eu tenho falado da possibilidade remota ou não de
deslizamentos nos morros da Cidade. Os jornais de hoje trazem deslizamentos
leves, um murozinho, só, que caiu no Jardim Cascata. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Mesa apenas esclarece, consoante o
parágrafo único do art. 97, esclarecimento à Casa e ao nobre Ver. João Dib, “o
Pedido de Providência será apregoado no início da Sessão”. O entendimento de
apregoado é a leitura mínima da ementa e não o quantitativo de pedidos de
providências. Razão pela qual a interpretação é a obrigatoriedade da leitura da
ementa, consoante o Regimento Interno desta Casa. Este é o entendimento. Essa é
a exegese desta Presidência.
O Ver. Antonio
Hohlfeldt está com a palavra em tempo de Liderança.
O SR. ANTÔNIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, eu não queria voltar ao assunto da SMT, mas o Ver. Dib retomou o
assunto. Quero chamar a atenção de que a culpa não é só da SMT, mas envolve,
também o DETRAN, através desse Delegado do DETRAN, que integra o COMTU. Já
falei com o Presidente desta Casa para que na oportunidade do dia de trabalho,
que teremos em conjunto com o Governo do Estado, pedindo que entre outras
tantas instâncias do Governo do Estado, que deverão estar presente na discussão
conosco esteja, também, a Brigado Militar, que está prestando um desserviço à
Cidade ma área de trânsito, ela tem atrapalhado e não ajudado, e o DETRAN,
porque um dos meus objetivos é discutir e cobrar do DETRAN esse comportamento
que ele tem tido. Sei que não vão fazer nada com os motoristas de táxi-lotação,
que V. Exa. denunciou, porque menos pela vontade da SMT e mais porque o
Delegado do DETRAN, dentro do COMTU, vai tirar fora os processo, e V. Exa. pode
conferir e depois me cobrar. Essa informação eu posso dar com absoluta
tranqüilidade, ainda que a SMT faça o processo para entrar com a multa, quando
chegar no COMTU o Delegado vai alegar que não pode haver dupla penalização e
vai tirar fora os processo e eles vão continuar impunes, o que também me deixa
muito indignado, porque coloca em risco a vida de todos os cidadãos desta
Cidade.
Eu volto a
falar sobre jornal e, sobretudo, vou tocar no assunto com que tenho me ocupado
nas últimas duas ou três semanas, inclusive com a presença do Presidente da
Associação dos Moradores do Jardim do Salso, que está aqui conosco, a propósito
de uma matéria, que o Correio do Povo traz na edição de hoje: “Linha 76 da Carris
muda e não satisfaz”. A SMOV, a SMIC e a carris, todos juntos, num absoluto desrespeito
com o pagador de impostos, com o passageiro de ônibus desta Cidade, simplesmente
retirou o trajeto original da linha 76 que é alinha que fazia o terminal junto
à PUC e descia a Cristiano Fischer, atendia a todos os moradores. Simplesmente
a SMOV resolveu então demolir um terminalzinho, uma casinha que tinha para os
funcionários da Carris, junto ao Hospital São Lucas, portanto ao lado do
Hospital, e a Carris retirou a linha de ônibus.
A coisa foi tão
estupidamente montada e desenvolvida, que tiraram a linha de ônibus e não
tiraram a cobertura das paradas. Então, há duas semanas atrás quando eu estive
na região, junto com o Sr. Francisco que é o Vice-Presidente da Associação de
moradores, duas horas da tarde, temperatura de 34 graus, tinham dois pobres
coitados lá na parada da Cristiano Fischer, parados, feitos idiotas, há vinte
minutos esperando um ônibus que jamais passaria, porque não é mais trajeto da
linha de ônibus que foi desviada pela rua onde é a sede da SMOV, ali na
Cristiano Fischer e eles contornam, vão sair lá do outro lado pela PUC e vão
ter o terminal junto a própria garagem da Carris. Agora, consulta à comunidade
que é bom, para quem defende tanto orçamento participativo, Ver. João Verle;
conversa com a Associação de Moradores; anúncio de jornal pago, para avisar o
usuário da linha da Carris, por quê? Por que respeitar velhos que têm que subir
a Cristiano Fischer? Por que respeitar rapazes e moças que estudam de noite ou
podem querer sair no seu direito de cidadãos, e vão ter que passar por aquele
matagal todo da Cristiano Fischer, acima do Clube Farrapos, e correm risco de assalto,
estupro e outras violências mais.
Por que
respeitar as pessoas que pagam passagem, pagam impostos e por aí afora? Não,
tira a linha, as pessoas que tratem de descobrir o que aconteceu. Se quer um
comunicado à Associação de Moradores foi feito. Em conversa telefônica ontem
com o Secretário substituto, ele disse: não, essa retirada é provisória em
março quando começar as aulas, nós esperamos ter uma solução conjunta.
O pior é que a
Empresa Estoril há meses quer estender uma linha pela Cristiano Fischer, e a
Carris não deixa, porque vai competir com ela, e a SMT é conivente. Então não
interessa de novo o público, interessa o interesse da caixa da Carris contra o
interesse dos moradores. Ora, Srs. Vereadores, muito especialmente ao
representante do Pt aqui na Casa neste momento, eu defendi sempre a autonomia e
o direito da SMT programar e defendo que a Carris deve ser preservada, agora
não às custas, em hipótese alguma, do interesse do passageiro de ônibus desta
Cidade. Fica aqui este registro, o meu protesto realmente indignado, inclusive
com a presença do nosso Vice-Presidente, os encaminhamentos que eu espero que
de fato em março o Secretário Mauri, ou já o titular Bertoto, tenha uma
solução, mas sobretudo uma solução que venha a ser discutida com os moradores
interessados e não imposta goela abaixo.
Em uma outra
intervenção eu vou tocar em outro assunto que envolve o IPTU e que também é do
interesse da Cidade que é uma sugestão. Quero lançar agora, Sr. Presidente,
Ver. Pujol, e tentar desenvolver isso, Ver. Isaac, daqui para frente para que
tenhamos um resultado final para o ano que vem. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Luiz Braz está com a
palavra.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu não
consigo compreender essa investida do Ver. Dib contra os táxis-lotações. Eu
acredito que hoje a bronca do Ver. Dib deveria ser contra a fiscalização da
SMT, porque se existem, na verdade, veículos trafegando pela Cidade sem
condições o problema é exatamente da fiscalização da SMT, não é problema do
sistema, nós temos apenas alguns ônibus, ou alguns lotações apenas trafegando
com problemas.
Mas não vim
hoje aqui falar sobre lotações. É que eu presto muita atenção no que V. Exa.
diz e quis apenas dialogar com V. Exa. de uma maneira não legal até porque
estou em Tempo de Liderança. Ver. Dib, eu pedi há questão de dois anos e venho
pedindo constantemente, para que a SDAM faça o corte de eucaliptos ali no IPE
II porque aqueles eucaliptos colocam em
risco aquelas casas que estão ali construídas. A SMAN sempre deu desculpas. Até
chegou a dizer que iria vistoriar, mas acho que nunca foi. O que aconteceu na
semana passada e está estampado na p.27 do Jornal Zero Hora no dia 27, que foi
sábado? Um eucalipto daqueles, com o vento que deu, que não foi um vento muito
forte, caiu sobre uma residência e acabou liquidando com o telhado de uma das
residências ali do IPE e avariado uma outra residência que estava ao lado. O
Secretário da SMAN veio dar uma explicação em público e disse que a SMAN não
pode fazer o corte daqueles eucaliptos ou a poda daquelas árvores, mas ali
tinha que ser corte, porque aquela área ainda não é uma área regularizada e a
culpa dessa regularização ou o atraso para essa regularização também não é do
Governo Municipal porque, afinal de contas, é o Governo Estadual, através do
IPE, que não encaminha a documentação necessária para que a regulamentação
possa se dar.
Nós sabemos
muito bem que, se existisse boa vontade, a Secretaria Municipal de Planejamento
teria, de alguma forma, chamado o pessoal do IPE a fim de que essa
regularização pudesse tornar possível porque o que não podemos admitir é que
aquelas casas, que aqueles moradores continuam correndo risco a todo vendaval
que tenhamos aqui em Porto Alegre. Os problemas de ventos muito fortes em Porto
Alegre acabam colocando o pessoal do IPE 2 em polvorosa e no último dia 27 nós
tivemos vítimas.
Uma família foi
atingida com a queda de eucaliptos. É claro que, felizmente, essas pessoas não
foram atingidas diretamente, mas a residência dessas pessoas foi atingida de
uma maneira cruel. Com as chuvas que temos nos últimos tempos, a casa ficar
completamente destelhada e, simplesmente, o Secretário da SMAM dá essa explicação:
“Não podemos entrar lá porque lá é uma área que não está regularizada”. Aliás,
nós temos várias dessas áreas não regularizadas em Porto Alegre e, por isso
mesmo, as pessoas estão passando por sérios problemas. Cito mais uma, a Vila
Monte Cristo, que também é uma área que ainda que ainda não está regularizada e
aonde, Ver. João Dib, o Governo Municipal fazia contratos vendendo aqueles
lotes para pessoas que já estão morando ali há muitos anos e, vendendo lotes há
muitos anos de um loteamento irregular. Por isso mesmo nós entramos na Justiça
contra a Vila Monte Cristo e acabamos, é claro, anulando os contratos porque
são contratos completamente ilegais. Felizmente o DEMHAB acordou em tempo e
resolveu fazer um acordo com os moradores de lá e agora o processo de
regularização da Monte Cristo já começa a se dar.
Faço todos
esses apanhados para dizer que não encontro justificativa para o PT subir no
palanque e começar o problema dos sem-terras e daquelas áreas não regularizadas
no campo, porque eu vejo que aqui dentro da Cidade, onde o PT administra, nós
temos problemas tão cruéis como aqueles que nós encontramos no campo. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Isaac Ainhorn.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, repete-se no período de verão, quando verificam-se chuvas na nossa
Cidade, que 10 minutos de chuva forte é o suficiente para transformar a Cidade
nu caos.
A pergunta que
se faz é a seguinte: o Executivo está sendo omisso em relação a uma série de
obras que são importantes na Cidade? Repito: É o responsável por uma série de
obras importantes que não são feitas na Cidade e que sistematicamente
ocasionam, em rápidas quedas pluviométricas, situações de crise e
desestruturação de todo o sistema viário da Cidade? Os jornais registram que em
apenas 10 minutos de chuva forte na Cidade de Porto Alegre bastou para que
inúmeros pontos da nossa Cidade ficassem inundados. Padre Cacique, tradicional,
a Av. Benjamin Constan passou a ficar sem trafegabilidade igual à Av. Érico
Veríssimo. A água acumulada pelo entupimento dos bueiros provocou diversos
engarrafamentos.
Então, até o
serviço de zeladoria não está sendo, pelo registro da imprensa, adequadamente
feito. Os bueiros entupidos, em diversas partes da Cidade, este é um fato
questionável, levou à situações de inundações de diversas vias importantes, sem
falar do bairro Navegantes. Ali no 4o Distrito as ruas, que não são
de grande circulação, estão em estado deplorável.
Aí está o
quadro de inundações, de engarrafamentos provocado por dez minutos de fortes
chuvas.
Há alguns
problemas, sobre os quais já me manifestei, que ocorrem na Cidade. Um exemplo
ocorre no Bairro Medianeira, sobre o qual a Jornalista Elaine Torres informa
que não suporta mais as inundações que ocorrem na sua casa. Segunda ela, a
solução passa pela canalização do riacho Águas Mortas, obre reivindicada há
muito tempo à Prefeitura. É na própria Rua Águas Mortas que a inundação é
completa. Isso vai acabar causando inclusive situações de ações judiciais de
ressarcimento de danos, se a Prefeitura não tomar providências.
Esse é o nosso
registro que gostaríamos fazer da tribuna desta Casa em relação aos alagamentos
e engarrafamentos em pleno mês de janeiro decorrentes de uma chuva forte de 10
minutos, ocorrida em dois dias consecutivos. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Negrinho está com a palavra.
O SR. LUIZ NEGRINHO: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, no ano passado, apresentei um projeto nesta Casa solicitando que o
Executivo construísse sanitários volantes. Recebi informações de que em locais
onde estão sendo desenvolvidas as muambas em Porto Alegre, alguns moradores
estão revoltados porque parte das suas residências, paredes, muros, pátios
transformaram-se em banheiros públicos. Este projeto, de acordo com algumas
lideranças, foi arquivado. Solicito o seu desarquivamento. Conversando com um
prefeito do balneário que tenho visitado, ele achou muito interessante esse
projeto. Se num município pequeno, como uma praia, há facilidade de colocar sanitários,
em Porto Alegre, mesmo com as suas dificuldades pode ter sanitários volantes.
Faço essa solicitação porque várias muambas serão feitas nos próximos dias e
vamos encontrar essa dificuldade. Não há uma fiscalização e o Executivo não
constrói ou, pelo menos, adapta alguns sanitários para que estas pessoas,
nestas noites, possam fazer as suas necessidades. Então, volto a repetir, já de
imediato vamos providenciar e trazer novamente este Projeto a Plenário. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Verle está com a palavra.
O SR. JOÃO VERLE: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. A minha
intenção, hoje, era ocupar o Período das Comunicações, quando o tempo é maior,
para fazer alguns comentários sobre a questão do Orçamento Participativo, mas
como há o risco de não chegarmos a este ponto, na Sessão de hoje, estou
utilizando o Tempo de Liderança para fazer alguns comentários basicamente sobre
uma série de “releases” da Casa que estão sendo encaminhados aos meios de
divulgação da nossa Cidade. Poucos têm tido repercussão na imprensa, mas eu
penso que eles são importantes para a discussão do Orçamento Participativo.
Eu queria dizer
que há uma preocupação generalizada sobre a questão da participação popular na
elaboração do Orçamento de Porto Alegre. Não é nenhuma criação local, nem do
PT, mas ele tem assumido, aqui, proporções que eu acho que, em alguma medida,
estão sendo exageradas e não apenas por aqueles que o criticam mas pelos que o
defendem também. É uma das mais importantes criações deste Governo, mas o êxito
que ele tem tido nestes anos todos não se deve exclusivamente ao Orçamento
Participativo. Mas, de qualquer forma, alguns adversários da Administração Popular
parece que identificaram o Orçamento como o grande responsável pelo sucesso da
Administração Popular e pretendem torpedeá-lo, manietá-lo, torná-lo um
instrumento legal que ainda não se sabe em detalhes, mas eu suspeito que venham
a propor medidas bastante rígidas que dificultariam enormemente essa
experiência que tem na sua flexibilidade um dos aspectos inovadores e de
sucesso. Foram feitos vários estudos e penso que a maioria dos Vereadores não
conhece o funcionamento do mecanismo do Orçamento Participativo. Agora, aqueles
que tem algum contato com o Movimento Comunitário certamente não assumem a
idéia de que ele é um instrumento de manipulação do Movimento Popular porque
sabem que não é e só aqueles que não tem nenhuma relação se atrevem a fazer
essa afirmação e um dos instrumentos seria regulamentá-lo para que não seja
passível de manipulação.
Primeiro, ele
está regulamentado não apenas
genericamente na nossa Lei Orgânica, mas temos as publicações que o Conselho do
Orçamento democraticamente, todos os anos, produz e ano a ano vem aperfeiçoando
sobre o Regimento Interno, os critérios técnicos das plenárias tanto regionais
como temáticas. Esse material não é secreto. É distribuído a todos os
interessados e pode ser do conhecimento dos Srs. Vereadores. O Cidade publica
mensalmente, ‘De Olho no Orçamento’, que traz dados importantes e no número
dois explica como funciona, quais são as tarefas dos Conselheiros e dos
Delegados do Orçamento Participativo.
O Executivo
publicou um livro narrando essa experiência porque havia uma demanda muito
grande sobre o que é o Orçamento Participativo. A Fase e o Cidade publicaram e
fizeram uma pesquisa sobre a população que participa da discussão do Orçamento
Público.
Gostaria de
lembrar que a Cidade também, através de sugestão nossa, da Comissão de
Economia, Finanças e Orçamento, realizou uma pesquisa, que está sendo tabulada,
sobre o que o Vereador pensa do Orçamento Participativo. Cinco Vereadores não
responderam a esse questionário, sendo que, desses, três são da Mesa; a Mesa
que está tomando a iniciativa de propor essa discussão, inclusive com o Governo
do Estado. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): O Ver. Reginaldo Pujol está
com a palavra para proceder a uma Comunicação de Liderança.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Eu esperava utilizar esta Comunicação de Liderança para enfocar uma
notícia equivocada, que foi inserida na primeira página do “Correio do Povo”
com um erro semântico, referindo-se à liquidação da Caixa Econômica do Estado,
fato esse que não irá ocorrer, conforme diálogo que tive a oportunidade e
efetuar na manhã de hoje com o Dr. Ricardo Russowski e de ouvi-lo em várias
emissoras de televisão e de rádio a respeito do assunto. Foi um equívoco
semântico a utilização da expressão “liquidação”, na medida que o que pretende
o Sistema Financeiro Único do Rio Grande do Sul é a extensão desses benefícios
do PROER, que hoje estão sendo utilizados para os banco privados, para os
bancos públicos, oportunidade em que se integrariam a Caixa Econômica do Estado
e o Banco do Estado do Rio Grande do Sul nesse programa, que sabidamente possui
juros a preços menores do que os do mercado e que já investiu fortemente em
bancos do Centro e do Nordeste do País.
A intervenção
do Ver. João Verle faz com que eu mude as minhas intenções e que lhe ofereça
não uma resposta – acredito que o pronunciamento do Ver. João Verle não tivesse
o objetivo de provocar reações por parte dos seus pares – mas ofereço-lhe uma
posição de quem tem opinião diametralmente oposta àquela que foi manifestada
pelo mesmo aqui da tribuna. Sou um dos que não responderam o questionário que
me foi entregue aqui na Casa, que é promovido pelo Programa Cidade, que eu não
sei como foi instituído, que era, no meu modo de entender, mais uma forma de
não promover a participação, mas de induzir participação, pré-questionando
posições minhas. Perguntando-me, por exemplo, qual é a minha posição sobre o
que o Parlamento de Porto Alegre deve fazer com relação ao Orçamento
Participativo, mais ou menos nesses termos. Penso que as minhas posições a esse
respeito não precisam ser respondidas em um questionário que me é entregue
aqui, porque são públicas, ninguém desconhece que desde o dia em que assumi
essa tribuna tenho batido na necessidade da revisão da Lei Orgânica Municipal, para
que sejam reestabelecidos prerrogativas indeclináveis deste Legislativo, que
equívocos da Lei Orgânica do Município ensejaram e que, agora, confirmam-se com
a prática desse Orçamento Participativo, que é um desvio da gestão participativa,
que é um objetivo que as democracias modernas perseguem. O que ocorre no dia de
hoje, Ver. João Verle, na opinião deste Vereador, amplamente colocado, é que
nós, Vereadores, estamos sofrendo; está se cumprimentando com o chapéu alheio,
na medida em que se busca transferir para essa figura não-institucional, que é
o Fórum Participativo, funções deste Legislativo, funções historicamente
dos parlamentos, com o que não podemos
concordar.
Se o Executivo
Municipal entende que algumas das suas tarefas devem ser transferidas para
qualquer entidade apócrifa que por aí exista, para qualquer foro que venha a
ser constituído, pelos regimentos que vieram a ser estabelecidos; se o
Executivo entender de abrir mão da sua competência, é uma prerrogativa do
Município. Agora, o Município transacionar as competências desta Casa, com isso
não vou concordar, posso ser voz única, mas tenho a expectativa de que não
fique tão sozinho, sei que há Vereadores de tradição nesta Casa, como o Ver.
João Dib, que sabe que na Lei Orgânica dos anos de chumbo, do tempo da
excepcionalidade, da reorganização político-brasileira, aquela Lei Orgânica
dava a esta Câmara prerrogativas maiores, responsabilidades maiores e
reconhecida a plenitude da sua condição de entidade legislativa e fiscalizadora
deste Município. A atual não retira a possibilidade de conhecer desses
contratos que o Município faz a todo o tempo e a toda hora, inclusive, alguns
como este que o Ver. João Dib falou sobre a compra de um prédio na rua dos
Andradas por um valor grande e sem ouvir a Câmara Municipal.
Então, eu quero
deixar muito claro que, sob a minha ótica, nessa discussão sobre o Orçamento
Participativo, tem que passar, no primeiro momento, a discussão sobre a
competência desta Casa. E, num segundo momento, num plano mais amplo, sobre a
gestão participativa, pois não pode ficar restrita, apenas, sobre o aspecto da
questão, temos que ir muito mais longe. A idéia da gestão participativa não
essa idéia de aparelhamento de quatorze zonas para fazer braço a um partido
político. Isso é coisa muito mais séria e muito mais ampla e deve ser feito de
forma institucionalizada de tal forma que os poderes naturais e indelegáveis de
um legislativo não sejam usurpados sob o pretexto de se fazer participação
comunitária. Não é assim que se faz participação comunitária. E não é
cumprimentando com o chapéu alheio que nós vamos fazer integração da
comunidade, através de um processo, que exclui uma maioria e abraça uma
minoria.
Quero dizer ao
Ver. João Verle que democraticamente aceito o debate. Quero vê-lo ampliado e
aprofundado para que se tenham condições objetivas de se demonstrar que mais do
que a manipulação do Orçamento Participativo nós temos a deformação da idéia da
gestão participativa. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Havendo quorum, passamos à
PROC. 2565/95 – INDICAÇÃO No 145/95, de autoria do Ver. Luiz
Negrinho, que sugere ao Senhor Governador do Estado que , através da Companhia
Estadual de Energia Elétrica – CEEE, seja procedida a extensão da rede elétrica
na Av. Campos Velho, 641, da Vila Icaraí. Bairro Cristal.
- da 4a Comissão
Representativa. Relator Ver. Décio Schauren: pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em votação. (Pausa.)
Os Srs. Vereadores que aprovam a Indicação no 145/95 permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
O Ver. Antonio
Hohlfeldt está com a palavra.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Recebi, nesses últimos dias, uma sugestão desse mesmo desse mesmo
companheiro eu é o Vice-Presidente da Associação do Jardim do Salso – lastimo
que o Ver. Verle saia, porque é justamente matéria atinente à Fazendo
Municipal... Faço um apelo, Ver. Verle, porque quero contar com V. Exa, como
parceiro nisso. É o seguinte, Ver. Verle e é uma coisa que estou levantando
hoje para nós podermos trabalhar ao longo do ano e V. Exa. pode ter um apelo
importante aqui. A Vera. Maria do Rosário prometeu ajudar mas esqueceu do
assunto no ano passado.
A coisa é o seguinte: a idéia que os moradores levantam – e isso não é deles, é um problema que podemos considerar de toda a Cidade – é que o vencimento do IPTU quando parcelado, ele se dá sempre no dia 25 de cada mês, quer dizer, quando fazemos um parcela única se dá em 31 de janeiro o prazo fatal, com desconto, mas, depois, o vencimento da parcela se dá, sempre, no dia 25. A sugestão dos moradores é de que – da mesma forma que nós temos o movimento do DMAE para revisar prazo do vencimento da conta do DMAE e fizemos o mesmo, junto com a Assembléia Legislativa, em relação às contas de luz para poder fazer adequações às situações que são concretas das pessoas da cidade – nós iniciássemos agora – eu dizia, e eles concordaram, não é uma coisa que se pode mudar de um mês para o outro, tem que pensar no calendário da Fazenda Municipal – um movimento, uma conversa, iniciar um pedido de consulta à Secretaria Municipal da Fazenda, para que pensasse esses vencimentos do parcelamento do IPTU, também, para que se dessem em torno do dia 30, 31, 28, no mês de fevereiro – não é o caso porque parcela de IPTU não vence em 28 de fevereiro – enfim, que se fizesse o vencimento da parcela do IPTU, sempre, nos dois últimos dias.
Isso envolve,
aí vem um segundo aspecto, a questão do funcionário público municipal, que
recebe a partir do dia 28, 29, que se pudesse pensar numa alternativa de
desconto em folha desses funcionários; nós temos, na Casa, até desconto de
contribuição partidária, em folha, é o caso do PT. Que o funcionário municipal
também pudesse fazer o desconto em folha do IPTU. O IPTU é pré-planejado; nós
já vamos saber quanto é que paga no mês, porque parcelou, está aí a previsão.
Levanto essas
duas questões na presença do Vice-Presidente da associação. Não é crítica ao
município, é uma sugestão de estudo. É importante, Ver. João Verle,
ex-secretário da Fazenda, ver como nós podemos encaminhar, de maneira formal, à
Secretaria, um pedido de estudo para que em 97 se pudesse implantar o sistema,
onde esses vencimentos se dessem nos dois últimos dias do mês. Isso depende de
um estudo da secretaria. O segundo quesito: a perspectiva de que o funcionário
público municipal pudesse descontar em folha o seu pagamento parcelado do IPTU
e até a parcela única se ele assim o desejasse e expressasse, explicitamente, à
sua área de serviço.
O Sr. João Verle: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Eu me comprometo, junto com V. Exa., de encaminhar esse assunto.
Gostaria de fazer algumas considerações. Primeiro: quando secretário da Fazenda
nós modificamos a data. Antes era pago em 12 parcelas, vencia no último dia do
mês. Então, justificar-se-ia o vencimento no último dia. Como agora são dez as
parcelas, eu penso, num primeiro momento, que não é necessário levar para o
último dia, porque o contribuinte tem todo o mês de janeiro e o mês de
fevereiro sem pagar nada. Quem paga em parcela única só vai pagar em março; ele
pode, perfeitamente, administrar. Com a escassez de recursos que todos temos,
acabamos não guardando o dinheiro necessário, mas é uma possibilidade a ser
examinada. Por que se antecipou? Porque para os bancos, deixar para o último
dia útil do mês torna o trabalho impraticável. Na época, quase todos pagavam parceladamente;
não havia correção, e quem pagasse à vista não estava sendo inteligente, mas,
agora, mais da metade dos contribuintes paga à vista. Não temos mais 450 mil
contribuintes. Temos 100 mil que têm um esquema com as imobiliárias. Tínhamos
também o desconto em folha.
O SR. ANTONIO HOHLFEDLT: Desculpe-me por
interrompê-lo, Vereador, quem tem o esquema de imobiliária é descontado no
último dia do mês, que é quando ele paga o aluguel. De um modo geral a
imobiliária cobra o aluguel no último dia do mês. Não sei se a imobiliária
adianta para o Município, por conta própria, num acerto com o Município. De
fato, o inquilino – V. Exa. levantou algo que me fez dar conta - está tendo uma vantagem: ele está pagando o
IPTU no dia 31.
O Sr. João Verle: Não necessariamente; muitas imobiliárias
cobram adiantado. Por exemplo: no dia 05 de março, a imobiliária cobra o IPTU
do mês de março. De qualquer forma, são dois assuntos sobre os quais vou me
empenhar junto com V. Exa. para ver da sua viabilidade, mas quero reiterar a
dificuldade de contribuir nos bancos no último dia útil do mês. Em segundo lugar,
sempre se fez o desconto dos funcionários, mas o processo inflacionário quase
inviabilizou isso. Hoje, quando numa economia de inflação baixa, poderá ser
viável o desconto em folha. Vamos, também, examinar essa questão.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Quero complementar, Ver.
Verle, com uma sugestão para que o Senhor veja que não são críticas ou queixas;
são tentativas de pensar. A responsabilidade é, também, desta nessa terceira
questão. Hoje, por decisão da própria Casa, numa negociação com o Executivo, nós
temos uma única alternativa: ou se paga à vista ou se paga em dez vezes. Há
pessoas que poderão querer pagar em 12, em 6, em 03 vezes. Talvez fosse uma
questão para pensar, Ver. Verle. Quero levantar isso, agora, para que tenhamos
tempo de ir avançando essas questões ao longo do ano, não deixando para o
último mês para se levantar alternativas, pois alguém pode não querer pagar de
uma só vez, mas também não querer pagar em 10 vezes, pode ter uma preferência
de pagar em três ou seis vezes. Nessa perspectiva de uma economia mais bem
equilibrada poderíamos fazer esses parcelamentos variados com a opção de pagar
em 3, 6 ou 10 vezes, e o contribuinte pode fazer a sua opção, e acho que isso
facilita até para a própria Prefeitura, que poderá, eventualmente, ter o
adiantamento de outros ganhos, que não serão aqueles à vista, em parcela única,
mas serão em 3 ou 6 vezes, que também será interessante ao Município.
O Sr. João Verle: A questão do pagamento em 11 ou 12 vezes
pode se tornar difícil, porque tem o pagamento em parcela única se manda uma
guia e se espera o mês de janeiro e fevereiro e aqueles que não pagaram em
parcela única, em 31 de janeiro ou 15 de fevereiro, receberão um carnê. Com 10
parcelas o contribuinte pode pagar em quantas vezes quiser ou pagar as 10 em
uma só vez. Tem, e me parece que não foi revogado, um dispositivo que
estabelece descontos menores em abril e junho.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Eu gostaria, Ver. João
Verle, que V. Exa. pudesse me confirmar essa informação, porque por menor que
seja a inflação, é evidente que ninguém vai pagar três parcelas juntas,
adiantadas, se não levar nenhuma vantagem. Isso faz parte da nossa cultura,
assim como também não se paga dois dias antes do vencimento. Essas alternativas
podem ser interessantes, e faço questão de trazer o problema hoje, porque são
coisas que podemos começar a trabalhar juntos e quando chegar o final do ano,
quer através de decreto, se for o caso, quer através de um projeto, explícito,
de Lei, já devidamente costurado pela Casa, se votar isso, que poderá ser bom
para o Município e para o contribuinte.
O Sr. João Verle: V. Exa. permite um arte? (Assentimento do
orador.) Quem sabe no âmbito da Comissão de Finanças e Orçamento, nós
constituímos essa Comissão?
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sim. Nós constituímos essa
Comissão junto com o Ver. João Dib, acho que esta sua idéia é boa, Ver. João
Verle, podemos levantar essa questão no âmbito específico da Comissão, a partir
do dia 15 de fevereiro, e aí quem sabe encaminharmos um documento a partir da nossa
própria comissão à Secretaria da Fazenda. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Clovis Ilgenfritz
está com a palavra.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores. Depois de sete Sessões Ordinárias da Comissão Representativa,
finalmente alguém que não é liderança consegue falar. As reuniões tem começado
com Comunicação de Liderança, satisfeitas as Lideranças, não há quorum. Eu acho
que deveriam fazer Comissão Representativa do Líderes, sem nada contra, porque
eu acho que é fundamental. A minha Líder está me corrigindo, em uma das sete
Sessões eu usei, fui até honrado com isso. Mas a minha questão é mais
regimental, ficarmos aqui parado, não fui na posse do meu amigo do DEP, mas
hoje vou usar o tempo.
A primeira questão que eu queria colocar, é que no Jornal Folha de São Paulo no dia 20 tem uma matéria que eu aconselharia todos os Vereadores darem uma olhada. “Governo constata o caos na Cidade. Dossiê será levado a ONU, diz que municípios brasileiros são excrudentes e desorganizados. Não é nenhuma novidade, mas é importante dizer que dentre as questões que vão ser examinadas pela ONU o Brasil leva dezoito chamadas boas práticas urbanas. E nós constatamos que dessas dezoitos boas práticas urbanas, oito são advindas de municípios administrados pelo PT, ente eles a cidade de Porto Alegre. Eu me sinto satisfeito por saber que dessas, a prática urbana levada para esse encontro nacional muito concorrido, é em cima de uma proposta que tivemos com a participação desde o início da entidade comunitária de crédito que hoje tem sido levado a todas as prefeituras e as pessoas estão indagando essa nova política que o município de Porto Alegre conseguiu e está conseguindo implementar. Inclusive ontem no Congresso Nacional o Prefeito da nossa Cidade levou para discussão a questão administrativa e houve um painel no Congresso Nacional onde os dois temas preferidos do nosso Prefeito foi o orçamento participativo e a questão da entidade comunitária Porto Solo Outro aspecto, queria aproveitar a oportunidade, e sei que já foi muito bem encaminhado pela liderança do partido ontem através da Vera. Maria do Rosário, é importante nós mais uma vez colocarmos aqui nesta tribuna e eu, inclusive, o faço porque, Sr. Presidente durante o mês que terminou ontem eu estive com a incumbência de responder pela presidência interina do PT e nós acompanhamos passo a passo todos os movimentos que aconteceram principalmente com relação a questão da Previdência, discussão no Congresso, o acordo que estava sendo encaminhado entre os sindicalistas e o Presidente, mas também e com muita angústia nós vimos o processo de degradação que está acontecendo com a área agrícola no nosso Estado, a falta de providências do Governo para com a política agrícola, os nossos colonos com terra, os pequenos agricultores sofrendo imensos prejuízos e tendo como resposta a irresponsabilidade, a truculência, do Governo do Estado pessoalmente comandado pelo Sr. Antônio Britto e pelo seu principal alcagoete que é o Sr. Proença um homem que eu considero um moleque da política porque ele não tem a mínima postura ética e o respeito para com o cargo que ele está exercendo e não se dá conta que aquele cargo é um cargo público dos gaúchos. O que ele e o Governador têm dito na imprensa com relação às questões agrícolas não foi a mesma coisa que Brito disse no dia que fez o debate com Olívio Dutra na televisão, debate esse comandado pela Rede Globo, RBS e Barrionuevo, quando tentaram colocar uma questão na boca do candidato Olívio Dutra e que hoje está-se confirmando. “Britto coloca polícia e manda 61 pessoas para o pronto Socorro”. E, hoje é o Pronto Socorro, as Unidades da Saúde do Município que estão tentando socorrer os colonos que estão cheios de ferimentos, com problemas de fraturas muito sérias. Então, a Direção do Partido fez uma nota que eu vou ler para que fique gravado nos Anais aqui. (Lê.)
“Por que os agricultores estão acampados:
Vários
acontecimentos importantes marcaram o ano de 1995 no meio rural, e vêm repercutindo
numa crise brutal da agricultura, que provocou o colapso econômico-financeiro
em uma quantidade expressivo de municípios, com reflexos negativos na
arrecadação, na falência do comércio, no desemprego massivo e na insolvência
dos pequenos agricultores, que chegaram ao ponto de sequer ter dinheiro para
pagar a conta da luz.
O PT pergunta:
esta realidade é culpa de Deus que não mandou chuva suficiente? Do PT e da CUT,
que, segundo o governador Britto, estão manipulando os agricultores nas suas mobilizações?
Na nossa
concepção a quebradeira da agricultura esta aí, expondo suas feridas, porque as
promessas de campanha do governo federal FHC e estadual Britto não estão
cumpridas. A prioridade à Reforma Agrária e à agricultura familiar não passaram
de retórica eleitoral. No primeiro ano de governo já ficou comprovado que não
existe, de fato, uma ação governamental tanto para a política agrícola como
para a fundiária.
Os pequenos
agricultores estão se submetendo a esse sacrifício de ter que acampar na beira
da estrada, porque é a única forma que encontraram – como grito de misericórdia
– para serem ouvidos.
É de estranhar
que só agora o governo Britto vem a público dizer que os agricultores não
precisam fazer mobilização, que é só telefonar para ele que serão ouvidos. Por
que não tinha essa disponibilidade antes, haja que o MST e os pequenos agricultores
passaram todo o ano de 1995 pedindo audiência e nunca foram atendidos?
Sua preocupação
nunca foi de viajar para o interior do estado, reunir os conselhos regionais e
discutir com os prefeitos, sindicalistas, cooperativistas, buscando soluções
conjuntas para a situação de falência a que estavam sendo submetidos os agricultores.
Aos invés
disso, o governo Britto só se preocupou em viajar a Brasília e ao exterior atrás
de sonhos de montadoras, buscando aumentar seu marketing político.
Lamentamos
profundamente que o governador venha dizer que o PT e a CUT estão manipulando
os agricultores, quando quem os manipulou e os engambelou foi ele próprio,
anunciando durante a campanha eleitoral que era amigo do rei e que por isso
tudo se conseguiria. Perguntamos o que é que o senhor governador trouxe até
hoje para o setor agrícola e agrário do Rio Grande do Sul? Nem mais as
promessas.
Dizer que está
dando alguns quilos de sementes para refazer o plantio da safra é nada. O
problema da crise da agricultura não foram os 30 dias de sol que houve em
dezembro. A seca apenas aprofundou uma crise já existente na medida que tirou
as possibilidades dos agricultores já falidos e insolventes poder colher uma
safra em 96. Logo não dá para dizer que a culpa é só da seca, como se ela não
tivesse ocorrido tudo estaria bem.
Nas palavras do
próprio governador pura empulhação e manipulação. É preciso ser mais sério com
o povo do Rio Grande. Infelizmente, os acampamentos de agricultores têm sido a
única forma de serem ouvidos, antes que pereçam pelo abandono das autoridades.
Por fim
reafirmamos nossos compromissos de luta com os sofridos e explorados do
neoliberalismo e seus governos, dando nosso apoio integral às mobilizações dos
agricultores, respeitando as suas instâncias e independência nas suas decisões.
Ao contrário do governador Britto, não subestimamos a autonomia e a capacidade
de organização dos pequenos agricultores reivindicar seus direitos.”
Esta nota foi
assinada por este Vereador que está na Presidência, em exercício, pelo
companheiro Davi Sival, Secretário-Geral, e Adeli Celso, Secretário da Organização.
Temos, para quem quiser conhecer, a nota que o Governo do Estado, em matéria
paga, divulgou em inúmeras rádios, em inúmeros momentos no interior do Estado.
Finalmente,
queria dizer ao Presidente em exercício desta Mesa, que temos uma preocupação
muito séria com relação à questão do Orçamento Participativo, e queremos que se
estabeleça uma discussão em alto nível; e que se busque interpretar aquilo que
estamos colocando, como Vereador, já há seis anos, como uma proposta de institucionalização,
ou seja, de garantir em lei que o Orçamento seja, realmente, discutidos todos
os anos pela população, mas que não se confunda a nossa proposta com uma proposta
de engessamento ou de tutela dos poderes sobre o movimento popular, que deve
ter a sua autonomia preservada, no sentido de que a sua participação seja,
realmente, popular, e não seja uma participação abaixo de controles de setores
institucionais. Eles devem ter o direito, que já é constitucional, que já é
previsto na Lei Orgânica, de discutir, nas regiões geo-econômicas e políticas
da Cidade o Orçamento Participativo.
Em especial, de
estabelecer, através de votações da população, as prioridade de investimentos
públicos. Voltarei ao assunto porque sei que a atual Mesa Diretora está
interessada em discuti-lo, só quero deixar muito claro que a minha posição não
é de regulamentação do Orçamento, e sim de apenas institucionalizar; que a
regularização deve ficar a critério da população. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Dilamar Machado está com a palavra.
O SR. DILAMAR MACHADO: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, eu vou ter algum cuidado ao ler o documento que tenho em mãos,
porque a pessoas que o assina, na qualidade de Presidente da Cooperativa
Habitacional Metropolitana de Porto Alegre, é um Conselheiro Tutelar, eleito na
última votação com uma excelente votação, Sr. Alceu Rosa da Silva, que é
bastante conhecido na Zona Norte da Cidade.
Para que os
Srs. Vereadores tenham uma idéia do documento, vou ler o termo de compromisso
que a dita Cooperativa, com a assinatura do Sr. Alceu Rosa da Silva, está
assinado com os compradores. (Lê.)
“Pelo presente
instrumento e na melhor forma de direito, a COOPERATIVA HABITACIONAL
METROPOLITANA DE PORTO ALEGRE, com sede nesta capital, sita a Avenida Baltazar
de Oliveira Garcia, 4734, neste ato representada por seu presidente Sr. Alceu
Rosa da Silva, na qualidade de Promitente/Vendedor, se compromete e se obriga a
vender, aos Promitentes/Compradores abaixo assinado, um imóvel situado na
região metropolitana medindo 105,00m2 (cento e cinco metros quadrados).”
Começa aqui o
que, em princípio, é uma prova material de um dos delitos previstos no Código
Penal Brasileiro que é o estelionato.
Como alguém
pode comprar um imóvel situado na Região Metropolitana. O que é a Região
Metropolitana? Em primeiro lugar, essa Região extrapola os limites de Porto
Alegre. O que são 105 m2? Quando instalei, através do DEMHAB,
algumas famílias na Chácara da Fumaça, na Vila Cruzeiro, na Restinga os
terrenos tinham 12 x 25m, parece-me, e achava aquilo tão pequeno, mas era o que
se podia fazer. Agora, 100 m2 é 10m x 10m.
Depois do termo
de compromisso, existe um contrato assinado entre as partes que diz a mesma
coisa: “é um imóvel situado na Região Metropolitana medindo 105 m2.
A promitente vendedora aliena a cada um dos promitentes compradores a fração
ideal, equivalente a 105m2, pelo preço total de cinqüenta e nove reais e sessenta centavos
o metro quadrado, os quais serão satisfeitos da seguinte maneira: 350 reais de
entrada a ser pagos até o dia 18 de janeiro de 1995, e 5 prestações de 55 reais
cada uma com vencimento da primeira em 18 de fevereiro de 1996; em fevereiro
começam a pagar as prestações, as demais em dias e meses subseqüentes, sendo
que quando for feriado o pagamento será postergado para o primeiro dia útil
seguinte. A título de taxa de manutenção o promitente comprador fica
comprometido a pagar o valor equivalente a 10% do salário mínimo vigente pelo
prazo de 60 meses a contar do mês subseqüente ao pagamento da última
prestação.”
Esse terreno de 100 m2 já foi a
1.200 reais, mas tem mais. Estipulam as partes que “as prestações, em número de
5, se necessário, serão reajustadas proporcionalmente de acordo com o IPCR, ou
índice de acordo com a política governamental de preços se vier a substituir.”
A fim de
oportunizar de igual forma o valor referente a entrada do lote pelo comprador,
fica criado, conforme assembléia geral realizada no dia 27 de agosto de 1995,
uma ação entre amigos, conforme abaixo descrita: “o portador dos talões se compromete
a vendê-los,” o Sr. Alceu Rosa da Silva entrega a cada comprador
talões – o portador dos talões se compromete a vendê-los, ele que já vai pagar
1200 reais pelo m2, na região metropolitana, não diz onde é, tem que
vender esses talões para outros trouxas, está subentendido.” Em caso de não
venderem o talão os recursos já adquiridos e os restantes a serem adquiridos
reverterão para a cooperativa”, que é o Sr. Alceu Rosa da Silva. Promoção
válida até o dia 20 de janeiro de 1996”.
Lamentavelmente eu não aproveitei essa
promoção. Aqui está o contrato de uma das pessoas lesadas, Sra. Dalvenece
Barbosa de Freitas que já deu os 350 reais,
está assinado pelo Conselheiro Tutelar Alceu Rosa da Silva, não diz onde
é o terreno, só diz que é na região metropolitana. A informação que me deu uma
das vítimas é que ele está construindo um palacete na Zona Norte, Casa de
pedra, de alto nível.
Eu faço esta
leitura, porque vou encaminhar esta documentação primeiro a nossa Comissão
Temática, a CUTHAB, para que chame o Sr. Alceu Rosa da Silva. Ele é um homem de
responsabilidade, ele é Conselheiro Tutelar, ele é uma autoridade do Município.
Vou encaminhar, também, à Coordenadoria das Promotorias Comunitárias para que
tome conhecimento. Eu não quero fazer um pré-julgamento, mas está escancarado.
Se não é uma vigarice convicta, é um estelionato em andamento, porque ninguém
pode vender para alguém, por este valor, um terreno situado na região
metropolitana sem a descrição do local. Isso pode ser lá no interior do
interior de Gravataí, por exemplo, de Glorinha, de Guaíba, de Alvorada, qualquer
município que compõe a chamada região metropolitana. Quer dizer, uma hora de
crise em que a população não tem onde morar, se nós não tivermos a ação para
sustar este tipo de exploração da pobreza, da miséria alheia, nós estaremos
cumprindo mal o nosso mandato de Vereador.
O Sr. Guilherme Barbosa: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Dilamar Machado, durante a eleição dos
Conselheiros Tutelares, chegou ao meu gabinete a informação de que este Senhor
se elegeu com boa votação e que estava doando terrenos naquela região, que não
havia documentos, mas também não aprofundei as informações. Mas vejo que vem no
sentido do que V. Exa. está transmitindo à Casa. Eu queria perguntar o que V.
Exa., há poucos, já colocou, que é o encaminhamento que pretende dar a este
documento. É uma coisa muito séria, não se pode vender aquilo que não se
identifica e que, com toda certeza, não existe, também. Está lesando as pessoas
de boa fé que precisam de um terreno para construir a sua moradia.
O SR. DILAMAR MACHADO: O Sr. Alceu Rosa da Silva é
tão ousado que coloca, aqui, uma cláusula 3a no Contrato, dizendo o
seguinte: “Declara a promitente vendedora que o imóvel está livre e
desembaraçado de quaisquer ônus ou hipotecas, dívidas civis, comerciais ou
fiscais. Mas é evidente, como ode um terreno que não existe ter hipoteca,
dívida ou qualquer coisa nessa ordem? Na realidade tudo indica que se trata de
um grande golpe e se isso ficar confirmado, vou pedir o apoio dos meus colegas
Vereadores para que passemos a moralizar a eleição para Conselheiro Tutelar.
Não podemos acobertar esse tipo de situação. Nós, políticos, quando vamos para
campanha política somos fiscalizados dia e noite e muitos têm seus mandatos
cassados, interrompidos, colocados sob suspeita por qualquer tipo de acusação.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: V. Exa., Ver. Dilamar Machado, levanta um problema de grande
gravidade e de forma muito correta anuncia providências no sentido de acionar a
CUTHAB para que o Sr. Alceu Rosa da Silva ofereça explicações necessárias sobre
o caso, o que demonstra um duplo zelo parlamentar de V. Exa. no sentido de trazer
o problema ao conhecimento da Casa e ao mesmo tempo de propor a firma adequada
da sua elucidação.
(Encerra-se a Reunião às
11h20min.)
*****